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Decisiva na expansão da Volvo na América Latina, fábrica de cabines completa 20 anos.

Decisiva na expansão da Volvo na América Latina, fábrica de cabines completa 20 anos.

A fábrica de cabines de caminhões Volvo está completando 20 anos. Decisiva no projeto de expansão do Grupo Volvo no Brasil e nos demais países da América Latina, a unidade foi instalada em 1997 no complexo industrial da marca em Curitiba, no Paraná, que produz caminhões das linhas F e VM para o mercado doméstico e toda a região hispânica do continente. 

“A produção de cabines no Brasil foi um ponto de inflexão na história do Grupo Volvo na América Latina. Ela permitiu ampliar nossos negócios na região, com novos veículos e tecnologias mais avançadas”, lembra Jorge Marquesini, vice-presidente industrial do Grupo Volvo América Latina. Custando na época cerca de US$ 50 milhões, a fábrica de cabines fazia parte de um projeto maior de expansão industrial da empresa no continente, que demandou naquele período cerca de US$ 400 milhões em investimentos no País, o maior volume de recursos aplicados pela Volvo no Brasil desde sua fundação. 

“A fábrica de cabines incluiu a operação brasileira no sistema industrial global da Volvo”, observa Cyro Martins, diretor de operações de manufatura da Volvo no Brasil. Com novas cabines, foi possível produzir no País o FH, o caminhão global da marca, um sucesso de vendas no Brasil nos anos 90, mesmo sendo importado da matriz na Suécia, tal a qualidade do veículo. 

Plataforma global 

De 1980, quando se iniciou a produção de caminhões Volvo no País, até 1997, os veículos da linha N que saiam da linha de produção eram equipados com cabines fabricadas por uma indústria terceirizada em São Paulo. “O Grupo Volvo decidiu trazer uma plataforma nova de caminhões justamente por conta da importância do mercado local. A direção da corporação enxergou um grande potencial para seus produtos globais no Brasil e nos demais mercados latino-americanos”, recorda Ângelo Prodossimo, gerente de produção de cabines. 

A ampliação do parque fabril de Curitiba provocou uma mudança significativa nos negócios e na arquitetura industrial da operação de Curitiba. Foi a partir dali que a Volvo deixou de comercializar sua antiga linha NL para produzir os mais avançados caminhões do mundo, com um grau de tecnologia embarcada nunca visto no País. Começou-se a fabricar no Brasil o mesmo caminhão produzido e vendido nos mercados mundiais mais exigentes. 

Exportação 

A nova estrutura e as melhorias na subsidiária brasileira não só fizeram aumentar as vendas de caminhões nos países hispânicos, para onde a Volvo começou a exportar os modelos FH, NH e FM: a fábrica do Brasil tornou-se um elo importante na cadeia industrial global do Grupo, começando inclusive a exportar cabines para abastecer unidades fabris da Volvo localizadas em outros mercados internacionais, como a Austrália, e até mesmo para a cidade sueca de Umeå, onde está a mais tradicional fábrica de cabines da marca.

Fábrica de cabines trouxe robôs, automação, grande qualidade e alta qualificação técnica 

Ao ser instalada em 1997, a fábrica de cabines da Volvo trouxe ao mercado brasileiro e hispânico o que há de mais avançado mundialmente em tecnologia nesta área. Em seus 20 anos ininterruptos de funcionamento, a unidade produziu mais de 250 mil cabines para o Brasil e também para exportação, abastecendo fábricas da marca na Europa e de outros países. 

Não é à toa que nas frequentes auditorias promovidas pela empresa, o índice de qualidade local registrado é um dos maiores entre todas as cinco instalações de produção de cabines do Grupo Volvo no mundo. 

“Foi uma verdadeira transformação tecnológica”, lembra Ângelo Prodossimo, gerente de produção de cabines no Brasil. Até aquela época, a Volvo apenas preparava e pintava as cabines que eram compradas de fornecedor externo. A partir de então a empresa implantou também uma área de solda e começou a manufaturar as cabines. 

Ao longo do tempo, a operação local recebeu uma série de atualizações industriais e técnicas. Em 2013, houve uma mudança completa na linha de pintura, que passou a ser totalmente automatizada, feita por 16 robôs. Em 2015, com a introdução do novo caminhão mundial, foi ampliada a área de solda, que também recebeu 36 robôs adicionais. 

Altamente automatizada, a fábrica tem hoje cerca de 70 robôs trabalhando na solda e na pintura, os dois principais processos dessa área. “Temos um nível tecnológico e uma qualificação técnica do pessoal que coloca nossa fábrica entre as melhores do setor automotivo”, observa Jorge Marquesini, vice-presidente industrial do Grupo Volvo América Latina. 

Embora seja fortemente automatizada, a unidade emprega em torno de 300 pessoas. São funcionários altamente qualificados. A fábrica tem, inclusive, um setor de treinamento interno permanente, que prepara e atualiza os empregados e técnicos. 

Tecnologia de ponta 

Mesmo na fase dos primeiros estudos de implantação de uma fábrica de cabines no País, em 1992, já se projetava uma indústria de ponta. Engenheiros, técnicos e operários brasileiros foram enviados várias vezes para treinar na matriz na Suécia e em outros países da Europa, assim como funcionários da matriz passaram longas jornadas no Brasil para afinar os trabalhos com as equipes locais. 

Totalmente integrada ao sistema global industrial da Volvo, pouco tempo depois de começar a funcionar, a unidade de Curitiba já exportava para outras indústrias do Grupo na Europa e em outros países. “A fábrica brasileira de cabines já nasceu global”, recorda Cyro Martins, diretor de operações de manufatura da Volvo no Brasil, ao informar que a nova cabine chegou justamente para equipar o famoso Globetrotter, o caminhão global da marca. 

A fábrica também surgiu com vocação para grandes capacidades. No início, durante o período em que a antiga e a nova linha de caminhões conviveram, a unidade produzia 5 cabines por semana. Mas em 2013, período de maior grande procura por caminhões em toda a história do mercado brasileiro, a fábrica chegou a produzir 130 caminhões por dia, um total de mais de 25 mil caminhões num único ano. 

Sustentável 

Além da qualidade superior, o processo industrial é ambientalmente mais limpo. A pintura é feita à base de água e não utiliza solventes. A tecnologia para pintura de baixa cura reduz a temperatura das estufas de secagem de 140°C para 80°C. Isto diminui o consumo de gás natural, o que resulta numa redução de cerca de 30% na liberação de gás carbônico. 

Na última atualização tecnológica feita na área de pintura foi implementado um processo conhecido como RTO, que queima os gases com solventes evaporados na pintura e os transforma em gases limpos. A temperatura usada na queima é posteriormente reaproveitada na manutenção da temperatura da estufa e no aquecimento da água utilizada na limpeza de peças plásticas. “Respeito ao meio ambiente é um dos valores da Volvo. Estamos sempre investindo em nossos processos industriais para reduzir o impacto ambiental da produção de veículos”, finaliza Martins. 

A Volvo tem cinco fábricas de cabine espalhadas pelo mundo: Suécia (onde está a matriz da empresa), Brasil, Estados Unidos, Rússia e Tailândia.


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