Caminhões

Venda de caminhões cresce e governo mantém IPI zero

 

Um dos motivos que ajudou o setor de caminhões a fechar o ano com um crescimento de 11% nas vendas foi a safra recorde de grãos, que congestionou os portos e as estradas do país em 2013.

Os dados preliminares do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), a que a Folha teve acesso, mostram que o aumento das vendas concentrou-se em caminhões extra-pesados, predominante usados para escoar produtos do agronegócio.

Nessa categoria de veículos semi pesados, as vendas aumentaram 40% em 2013.

O setor é um termômetro importante de investimentos da economia, uma vez que empresários compram esses veículos (em média a R$ 150 mil) para escoar a produção.

O aumento das vendas mostra que o setor de caminhões reverteu parte das perdas de dois anos atrás, quando o número de unidades comercializadas caiu 20%.

Em 2012, o mercado foi afetado pela mudança de motores, que aumentou o preço dos veículos em 15%. Apesar da recuperação, o patamar ainda não voltou ao observado antes da mudança. Em 2010, foram vendidos 157 mil caminhões.

Maior fabricante do país, com 27% do mercado, a MAN Latin America (que fabrica caminhões da VW) registrou um recuo de 1,4% nas vendas em 2013. Foram 40,8 mil veículos, ante 41,4 mil em 2012.

Segundo Roberto Cortes, presidente da montadora, o desempenho das vendas de veículos pequenos, médios e pesados afetou o negócio. "A gente só entrou no mercado de extra-pesados em abril", afirma Cortes.

O objetivo da montadora é elevar sua participação neste mercado dos atuais 7% para 25% ao fim deste ano, com a chegada de novos produtos no mercado brasileiro.

Na avaliação do executivo, a propensão à compra de caminhões está melhor neste ano do que em 2013 e existe a expectativa de aumento das vendas com as obras da Copa do Mundo e das concessões. Com isso, ele espera uma alta de 5% a 7% em 2014. "Está todo mundo acompanhando o desempenho da economia neste início de ano e o cenário internacional, que parece melhor do que o do ano passado", diz.

Outro fator que são os juros públicos para a compra de caminhões, que, apesar da alta de 4% para 6% em 2014, continuam subsidiados.

IPI zero

O secretário-executivo interino do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique de Oliveira, comentou: "Entendemos que caminhões são bens de capital. Então, é um investimento e um elemento de logística, o que impacta em toda a economia".

Já no caso dos automóveis populares com motor 1.0, a alíquota, que estava em 2%, passa a ser de 3%. A alíquota de 3%, no caso dos carros populares, vai valer até 30 de junho deste ano, quando o governo avaliará se haverá novo aumento, para 7%, alíquota que vigorava antes dele determinar a redução do IPI para incentivar o consumo e evitar demissões no Brasil, no início de 2012.

Os Veículos utilitários tiveram alta do IPI de 2% para 3% no dia 1º. A partir de julho, o imposto pode ir a 8%. Para os utilitários usados para transporte de carga, a variação foi a mesma. Em julho, se houver alta, ela será de 4%.

Para Dyogo, a expectativa é que essa alta do IPI para veículos eleve a arrecadação do governo em R$ 956 milhões entre janeiro e junho do ano em curso. Após esse período, o governo vai reavaliar se faz novo aumento gradual do imposto, que passaria a valer em 1º de julho.

 

Fonte: http://naboleia.com.br/economia/venda-de-caminhoes-cresce-e-governo-mantem-ipi-zero

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