Implementos Rodoviários

Emplacamentos de implementos rodoviários recuam 29,8% em 2016.

Emplacamentos de implementos rodoviários recuam 29,8% em 2016.

Em dois anos queda já equivale a mais de dois terços do mercado de 2014; ANFIR espera ajuste nas regras de financiamento; Exportações seguem em alta registrando 23,34% de crescimento

O total de implementos rodoviários emplacados em 2016 recuou 29,8% do volume entregue ao mercado em 2015. Foram 61.996 unidades ante 88.315 produtos. “A indústria perdeu um terço de mercado”, avalia Alcides Braga, presidente da ANFIR-Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários. “Porém se enxergarmos o mercado desde 2015 o abismo de produção é ainda maior”, afirma. 

Em 2015 o recuo no volume de emplacamentos com relação ao desempenho de 2014 foi de 44,76%. Na época os fabricantes de implementos rodoviários entregaram ao mercado 88.315 unidades ante 159.870 produtos vendidos no ano anterior. Dessa forma, segundo o presidente da ANFIR, a queda registrada nos negócios da indústria de implementos rodoviários acumula em dois anos um recuo que equivale a mais de dois terços do mercado apurado em 2014. 

“A indústria encontra-se em situação muito delicada”, alerta Braga. Há dois anos o setor empregava 71 mil trabalhadores em postos de trabalho direto e indiretos. Em 2016, o número de vagas ocupadas foi de 40 mil. “Sem alterações no modelo de financiamento e sem planos que voltem a fazer a economia crescer as empresas do setor não terão como aguentar”, desabafa. 

Mercado interno. O total de emplacamentos de Reboques e Semirreboques (Pesados) em 2016 foi de 23.187 produtos o que significa redução de 21,85% sobre o volume de 2015 quando o setor entregou 29.670 produtos. 

Já no segmento de Carroceria sobre chassis (Leves) o recuo nos emplacamentos foi de 33,82%. De janeiro a dezembro de 2016 foram vendidas 38.809 unidades contra 58.645 produtos em igual período de 2015. 

Exportação em alta. As vendas de implementos rodoviários ao exterior seguem em alta. De janeiro a novembro de 2016 foram enviadas ao exterior 3.631 unidades enquanto no mesmo período de 2015 foram exportados 2.944 produtos. 

No ano passado, foi criado o projeto de exportação da ANFIR com a Apex-Brasil-Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos e o saldo foi positivo. O volume de negócios que poderá ser realizado pela indústria deve ultrapassar os US$ 35,1 milhões. “A receptividade dos mercados sul-americanos foi excelente”, afirma o presidente da ANFIR.

O programa acertado entre as duas entidades incluiu três rodadas de negócios e a participação em uma feira setorial. A primeira rodada de negócios foi na Colômbia, em junho; seguida da presença do setor na Expomina Peru 2016, em setembro. Em outubro foi realizada no Chile a segunda rodada de negócios e em novembro a terceira, em São Paulo, com a vinda de 11 empresas estrangeiras.

Em 2017 o projeto deverá continuar com a escolha de novos mercados-alvo. “Estamos definindo com a Apex-Brasil e nossos associados quais serão os próximos países”, explica Mario Rinaldi, diretor Executivo da ANFIR. Além disso, as entidades planejam trazer ao Brasil em outubro um grupo de importadores latino-americanos para conhecer a Fenatran. “A Reed Exhibition Alcântara Machado está dando suporte a ANFIR para concretizarmos esse passo importante na internacionalização do setor”, conclui.

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