Editorial

Estradas brasileiras estão ficando cheias de veículos velhos e mais inseguros.

Estradas brasileiras estão ficando cheias de veículos velhos e mais inseguros.
  • Isso é o que mostra os dados da indústria de caminhões, implementos rodoviários, ônibus e automóveis.
  • Vendas de caminhões novos caiu mais de 60% em dois anos -Vendas de implementos rodoviários seguiu na mesma toada -Vendas de automóveis não foi diferente;

Uma análise da situação da indústria de veículos no Brasil nos últimos dois anos mostra um dado preocupante, a frota de veículos nas estradas do país está ficando velha. Há dois anos a renovação da frota brasileira de caminhões era de 2% da frota circulante. A situação inverteu-se a partir de 2015 e chegando ao fundo do poço em 2016, onde esse número passou a ser menos de 1%. Isso mostra que nossas estradas estão ficando cheias de caminhões, implementos, ônibus, e até automóveis velhos. Com essa realidade o Brasil tem aumentado a insegurança e o risco de acidentes . Não por acaso temos visto notícias nos últimos dias de vários acidentes com ônibus, infelizmente com grande número de mortes.

Em 2013 o Brasil vendia 157 mil caminhões novos por ano, já em 2016 as vendas de caminhões novos ficaram em pouco mais de 50 mil unidades no ano, ou seja, em 3 anos as vendas caíram para um terço do mercado de 2013. Já a venda de implementos rodoviários que em 2013 chegou a pouco mais de 159 mil unidades, caiu para pouco mais de 61 mil unidades em 2016. Já nos automóveis as vendas foram de 3,2 milhões de unidades em 2013 e o fechamento do ano de 2016 mostram as vendas de pouco mais de 2 milhões de unidades novas, ou seja, queda de 40% em 3 anos.

O significado dessa realidade é um alto custo para sociedade brasileira. Mais insegurança nas estradas com aumento de acidentes e sua elevação de danos as vidas das pessoas, aumento de custos nos transportes com caminhões e ônibus velhos rodando, consumindo mais combustível, mais pneus, enfim mais recursos. Esses custos repercutem na vida das pessoas, direta ou indiretamente, pois todos acabamos pagando por isso. É o aumento no custo dos fretes, dos transportes públicos, dos combustíveis, da inflação, do custo ao meio ambiente, e até o custo social da falta de emprego no setor de fabricantes de veículos e autopeças, pois as vagas de trabalho no setor caíram na mesma proporção.

Difícil é prever ainda quando essa realidade pode inverter-se. A situação atual do setor é tão complexa e grave que não há uma receita para que a realidade volte ao normal.  Um país como o Brasil, como todos sabemos, com território extenso e que depende muito do transporte para a economia funcionar, tem nesse setor estratégico um nó difícil de desatar. Enquanto isso todos da sociedade pagam o custo da falta de solução para um setor que sofre os efeitos da crise que o país vive.  

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