Implementos Rodoviários

Outubro de 2016 é o pior mês de emplacamentos de implementos pesados desde 2004.

Outubro de 2016 é o pior mês de emplacamentos de implementos pesados desde 2004.

Setor de implementos Leves registra o pior mês de outubro desde 2008; Queda em emplacamentos de janeiro a outubro de 2016 sobre o mesmo período do ano passado foi de 31,17%

A indústria de implementos rodoviários registrou em outubro dois dos piores meses de sua história em termos de desempenho de emplacamentos. O segmento Pesado entregou ao mercado 1.621 unidades, o pior volume desde 2004; enquanto o setor Leve comercializou 2.734 produtos, o pior resultado desde 2008. 

No balanço de janeiro a outubro de 2016 foram emplacados 52.203 unidades ante 75.839 produtos no mesmo período de 2015. Isso representa queda de 31,17%. “Retração em um terço sobre o resultado do ano anterior traz consequências ruins às empresas como desemprego e endividamento”, lamenta Alcides Braga, presidente da ANFIR-Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários. 

Para o presidente da ANFIR qualquer sinal de recuperação só deverá aparecer em 2017. “Mas não deverá ser nada forte porque as empresas sofreram e sofrem bastante com a crise e não estariam preparadas para produzir com a intensidade necessária para caracterizar uma retomada forte”, afirma. “E mesmo assim acredito em retomada para minimizar as perdas sem saldo positivo”, acrescenta. 

O cenário futuro estimado pelo presidente da ANFIR se baseia tanto nos sinais da economia, que não revelam perspectivas de crescimento forte, quanto nas condições existentes para financiamento de implementos rodoviários. A regra atual do BNDES, segundo Braga, poderia ser melhorada. 

Atualmente tomar dinheiro emprestado no âmbito do Finame pode representar custo anual de até 18%. Isso acontece porque o BNDES, mesmo emprestando para até 90% do bem, ele opera com duas faixas de juros: uma para até 50% e 60%, para grandes e PME-Pequenas e Médias Empresas respectivamente, e outra para a diferença até o teto. “Essa diferença é calculada com base em vários índices o que acaba encarecendo a operação”, explica Braga. 

O presidente da ANFIR defende a adoção para o volume total do valor financiado da fórmula tradicional de operação, isto é, TJLP (7,5%), mais spread bancário (2%) e a parte do agente financeiro (3%). “Isso totaliza taxa anual de 12% a 13% o que é perfeitamente viável”, afirma Braga. 

Exportações crescem.

A busca por expandir o mercado externo tem tido boa receptividade nos países da América do Sul. Em outubro um grupo de empresas produtoras de implementos rodoviários esteve no Chile em mais um encontro coordenado pela ANFIR e pela Apex-Brasil. “Temos a indústria mais desenvolvida na região e por isso é natural que os nossos fabricantes assumam o protagonismo no setor”, diz Mario Rinaldi, diretor Executivo da ANFIR. “O caminho da internacionalização não tem volta”, sentencia Rinaldi. A viagem ao Chile foi a terceira no programa de internacionalização desenvolvido em parceria com a Apex-Brasil. As outras duas foram Colômbia e Peru. 

De janeiro a setembro as exportações de implementos rodoviários apresentaram crescimento de 24,21%. No período foram enviados ao exterior 2.914 Reboques e Semirreboques ante 2.346 unidades de janeiro a setembro de 2015. 

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